A idade e a prática de mergulho

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Por Samuel Shelanski, M.D.

Tradução : Dr. Aloysio Nóbrega da Motta – mailto:alnomo@escelsa.com.br

Da próxima vez você estiver em um barco de mergulho, dê uma olhada. Um adolescente veste e monta seu equipamento ao lado dos pais. Próximo a você, um casal nos anos 50 faz uma checagem de seu equipamento, ela tem 15 anos de experiência em mergulho, mas seu dupla só se certificou há dois meses atras…

Os mergulhadores que farão o passo de gigante para entrar n´água com você tem um largo espectro de idade, e com isso um igualmente grande espectro de considerações idade-relacionadas.

Clinicamente, estes dois grupos de mergulhadores – os jovens e os mais velhos- nos forçam a fazer algumas indagações interessantes. Quando uma pessoa é velha o bastante para mergulhar? Quando o velho é muito velho?

Como a muitos assuntos de mergulho, as respostas são em parte fatos, em parte hipóteses, necessitam de uma grade dose de bom senso.

Mergulhadores adolescentes

Todas as agências certificadoras principais requerem uma idade mínima de normalmente 12 anos para obter uma certificação de mergulhador júnior; 15 anos geralmente são a idade mínima para a certificação básica. É acreditado que o mergulhador deva prioritariamente ter alcançando maturidade óssea completa, para não se levar à efeitos em que o excesso de pressão possa adversamente afetar o seu crescimento ou causar danos à ossatura. As zonas de crescimento cartilaginosa da epífise (cabeça – ponta) dos ossos longos são os locais de maior formação de osso novo durante o desenvolvimento e é muito suscetível à lesões ou danos.

Os efeitos destrutivos que o mergulho e a doença descompressiva pode ter em um osso é bem

documentado em mergulhadores comerciais, mas não foi descrito em mergulho recreativo. Apesar da falta de evidência direta, Dr. Carl Edmonds, autor de Mergulho e Medicina Subaquatica e um perito em medicina hiperbárica, recomenda que adolescentes não devam mergulhar abaixo de 30 pés até os discos cartilaginosos de crescimento tenham se fundido durante a puberdade para minimizar o risco de deformidades ósseas. Há poucos dados para apoiar esta recomendação, sem que seje contestada mas é uma razoável extrapolação do que é conhecido. Porque smente radiografias podem mostrar se um adolescente tem os discos de crescimento fundidos, os responsáveis pelo mergulhador deveriam ter uma imagem radiológica antes de se matricula-lo em uma classe de mergulhador júnior.

Mais importante que idade cronológica atual, quando se decide se as crianças estão prontas para começar a mergulhar é o nível de desenvolvimento físico e psicológico delas. Uma criança que possa ser fisicamente capaz talvez tenha que emocionalmente amadurecer ainda bastante para responder ao inesperado, das correntezas fortes e para uma situação de pouco ar..

Até mesmo então, é fortemente sugerido que crianças que mergulham tenham como dupla um adulto experiente para solucionar ou tentar solucionar um problema imprevisto que possa acontecer.

Pais devem ser realistas decidindo quando seus filhos estão prontos para começar a mergulhar.

Como mergulhadores, muitos de nós somos fanáticos pelo nosso esporte, e não podemos entender como o resto do mundo sobrevive sem ar comprimido para respirar. Tenha certeza aquele pequeno menino, quer mesmo mergulhar, antes do se inscreve-lo em um curso. Uma criança pode ser relutante em expressar seu pavor ou medo em face ao entusiasmo de um pai, e um participante pouco disposto, com má vontade é substancialmente mais provável de apresentar dificuldades quando submerso.

Anos Dourados

Pouca participação e pouca disposição é o assunto mais distante com o grupo de idade mais avançada. Embora alguns destes mergulhadores tivessem entrado no esporte quando eles estavam no calor de seus vinte anos, muitos dos mergulhadores mais velhos que você encontrará são relativamente novos para o mergulho.

. Enquanto os assuntos de maturidade emocional são essencialmente discutíveis neste grupo de

mergulhadores, a idade debilita o nosso físico o que conduz a limitações físicas e riscos que não aplicam à maioria dos mergulhadores mais jovens.

Como os mergulhadores envelhecem, aumenta o risco de doença descompressiva. Discute-se que isto resulta de um diminuição do fluxo de sangüíneo das grandes camadas musculares, de forma que gases absorvidos são mais lentamente eliminados. Também é pensado que como a cartilagem das articulações, adquire um contorno mais áspero( artrose) aumenta a probabilidade de uma bolha formar nestes locais, aumentando o risco de doença descompressiva clinicamente localizada. Estas mudanças fisiológicas começam a acontecer bem cedo em nossa vida. Dados da Força Aérea em altitude mostrou que pessoas de 28 anos são duas vezes susceptíveis de ter uma doença descompressiva que um rapaz de 18 anos.

Enquanto nós tenhamos pouco controle sobre nossa idade cronológica, o mesmo não pode ser dito sobre nossa idade fisiológica. Mergulhadores precisam ficar em boa forma física. Quando as pessoas envelhecem, elas são mais propensas em reduzir o seu nível de atividade física, e a aptidão geral declina. Como resultado, muitos fatores de saúde também ajudam para este declínio. Estes incluem força, resistência, flexibilidade e aptidão cardiovascular.

Doença cardiovascular é de grande preocupação em particular ao mergulhador mais velho. Estatisticamente é responsável por até 20 por cento de mortes de mergulhadores todos recreativos. Por isto fatores de risco cardiovasculares como fumar, hipertensão, colesterol alto e obesidade é de até maior preocupação quando achados em mergulhadores mais velhos. Qualquer pessoa que tem 45 ou mais anos e deseja mergulhar deveria fazer um teste ergometrico em uma esteira de exercício como parte de um exame físico. Pouca tolerância ao exercício ou evidência de doença coronáriana em tal um teste, são suficientes para excluir uma pessoa para a pratica do mergulho autônomo.

São estes riscos, para mergulhadores mais velhos e mais jovens, refletidos nos dados de acidente de mergulho? A resposta não está particularmente clara. De acordo com DAN, dados de 1993, dos 508 acidentes de mergulho informados, só 15 (3 por cento) era em mergulhadores abaixo da idade de 20 anos, enquanto 90 (18 %) estava entre mergulhadores com mais de 45.

Porém, não está claro se estas figuras são simplesmente representativas da distribuição por idade da população de mergulhadores, ou se eles são indicativos de um número desproporcionado de acidentes em cada grupo.

Dados colecionados pela National Underwater Accident Data Center, da Universidade de Rhode Island listou mais de 2,600 fatalidades de scuba e datadas de antes de 1970. Estes dados mostraram que o número de mortes em mergulhadores acima da idade de 50 anos aumentou pelos anos oitenta(1980) e alcançou 18 por cento de todas as fatalidades em 1986. Estes números coincidem com um aumento em certificação de mergulhadores mais velhos, ainda assim não está claro se estes números indicam um risco aumentado de morte para estes mergulhadores.

Esta questão foi ligeiramente esclarecida em 1989 por um estudo de mortes em mergulho na Austrália e Nova Zelândia. Este estudo exaustivo categorizou as mortes colocando como causa também a idade. O estudo achou que a maioria das mortes no mergulho aconteceu no 21º a 35º grupo de idade, com um segundo pico no 45º e grupo mais velho. A maioria das mortes neste segundo cume era atribuível a causas cardíacas.

A mensagem? Enquanto a maioria das mortes em mergulho acontecem em mergulhadores entre 20 e 40 anos, é claro que há riscos iguais tanto para os jovens quanto para mais velhos. Tendo certeza que hoje os mergulhadores são treinados adequadamente, fisicamente e emocionalmente ajustados para o esporte, e eles mergulham bem dentro dos limites aceitados, o número de acidentes pode ser estabilizado, ou reduzido, apesar do aumento rápido em números de mergulhadores.

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